Vendas no comércio varejista baiano apresentaram retração de quase 5 por cento
O comércio varejista da Bahia em fevereiro de 2013 registrou queda de 4,9% nas vendas, em relação a igual mês do ano de 2012. A retração apresentada demonstrou que o setor passa por um período de ajustes nas vendas, ao se observar uma variação acentuada de 8,9% no mesmo mês do ano anterior. Na comparação entre fevereiro e janeiro de 2013 o indicador também apontou retração, com variação negativa de 3,8% no volume de vendas. Nessa comparação o efeito base foi moderado, uma vez que janeiro em relação a dezembro de 2012 cresceu apenas 0,7%. Também contribuíram para o resultado de fevereiro a elevação dos preços em determinados segmentos, redução do dinamismo do mercado de trabalho e a retração do rendimento real.
Em fevereiro de 2013, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados com fevereiro de 2012, revelam que quatro de oito ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas apresentaram resultados positivos: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (27,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (15,3%), Tecidos, vestuário e calçados (7,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,0%). Em sentido oposto, observou-se retração nos seguintes segmentos: Combustíveis e lubrificantes (-22,3%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-18,8%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,0%); e Móveis e eletrodomésticos (-2,9%).
Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
Análise por ramo de atividade - O comportamento das vendas no mês de fevereiro foi determinado principalmente, pelos segmentos de Combustíveis e lubrificantes (-22,3%) – com aumento dos preços de itens deste segmento, como a gasolina, que cresceu 5,28%, e combustíveis, 3,6%; e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-18,8%) – reflexo da antecipação das compras que foram realizadas no final do ano de 2012.
O segmento Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apontou arrefecimento mensal de 4,0%, em relação a igual mês de 2012, impulsionada pela compressão do poder de compra da população, decorrente da retração do rendimento real médio, e da persistente elevação dos preços, principalmente pelos produtos in natura. Em função disso, segundo dados do Dieese o valor dos itens básicos de alimentação passou de R$ 267,65 para R$ 270,04. Já o segmento de Móveis e eletrodomésticos, que registrou retração de 2,9%, teve seu resultado atribuído aos aumentos dos preços no setor, resultado da atual política do governo de reposição gradual da alíquota de IPI para a linha branca, que vai voltar ao patamar original em junho de 2013.
Comércio Varejista Ampliado - O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou em fevereiro redução de 2,8% nas vendas. No acumulado dos últimos 12 meses a expansão no volume de negócios foi de 10,4%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 0,4%, resultado do aumento no preço dos automóveis em decorrência da contração dos estoques das unidades sem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que voltou a ser cobrado gradualmente a partir do dia primeiro desse mês.
No que tange ao segmento Material de Construção, este apresentou em fevereiro o crescimento de 7,8% nas vendas em relação a igual mês do ano passado. O comportamento positivo do segmento no mês em análise reflete as reformas e ampliações realizadas pelos consumidores em suas residências, bem como a redução do IPI para uma cesta de produtos do setor.